Sintomas, Doenças e Tratamentos

O que é Morte súbita?

A morte súbita é um evento inesperado e dramático, sendo conceituada como a morte que ocorre no máximo em uma hora após início dos sintomas, em geral, em poucos minutos, não decorrente de trauma ou violência. A morte súbita cardíaca é a morte inesperada causada pela perda da função cardíaca. A morte súbita cardíaca é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, acometendo mais de 200.000 pessoas/ano só nos Estados Unidos e 712 pessoas/dia no Brasil, principalmente, na faixa etária mais produtiva.

Qual a diferença entre morte súbita cardíaca e ataque cardíaco (infarto do miocárdio)?

O infarto do miocárdio (doença das coronárias) é apenas uma das causas de morte súbita cardíaca. No infarto do miocárdio há uma obstrução nas artérias coronárias que diminuem o fluxo de sangue para o músculo cardíaco, fazendo com que falte oxigênio e ele sofra. Na morte súbita cardíaca, o mecanismo, na grande maioria dos casos, são arritmias cardíacas (taquicardia e fibrilação ventricular).

Todas as arritmias levam a uma queda do rendimento cardíaco, faltando sangue no cérebro, fazendo com que a pessoa desmaie, perdendo a consciência e o tônus postural (relaxamento muscular com queda). A fibrilação ventricular é um ritmo rápido, desorganizado e errático, que não produz contração cardíaca e necessita de imediata ressuscitação cardiopulmonar e desfibrilação (choque elétrico).

Quais são as causas de morte súbita?

A morte súbita pode acometer desde recém- nascido até adultos. Nos adultos, as principais causas são as doenças do coração, sendo a doença das artérias coronárias (infarto agudo do miocárdio) a mais importante. Em pessoas abaixo de 35 anos, as principais causas são doenças congênitas (cardiomiopatia hipertrófica, respondendo por até um terço dos eventos fatais, seguido pela anomalia de artérias coronárias, síndrome do QT longo, síndrome de Brugada e outras).

Quais os sintomas de morte súbita?

Em mais de 50% dos casos, a parada cardíaca súbita ocorre sem sintomas prévios. Em alguns pacientes, pode ocorrer palpitações, falta de ar, desmaios prévios, tonturas.

Quais os fatores de risco para morte súbita?

O principal fator de risco é doença arterial coronariana e infarto miocárdico prévio (80% dos casos de morte súbita são relacionados a esta doença).

Outros fatores de risco são: insuficiência cardíaca (“coração crescido”), episódio prévio de morte súbita, história familiar de morte súbita, história pessoal ou familiar de certas doenças arrítmicas (Síndrome do QT longo, Síndrome de Brugada, Síndrome de Wolff-Parkinson-White), história de desmaios, diabetes, abuso de drogas e miocardiopatia hipertrófica.

Como proceder diante de uma pessoa com morte súbita?

A maioria das mortes ocorre fora do ambiente hospitalar, sendo necessário um atendimento rápido para que se evite a morte definitiva ou seqüelas decorrentes da parada cardíaca. Para isto, é necessário que realize-se manobras de ressuscitação imediatas. A cada minuto que se passa sem a desfibrilação a chance de uma vítima se recuperar diminui em 7 a 10 %. A morte cerebral e a morte permanente ocorrem em 4 a 6 minutos após a parada cardíaca. Poucas tentativas de ressuscitação são bem sucedidas após 10 minutos. Um conceito fundamental é que a morte súbita não é INEVITÁVEL, sendo reversível em muitas das vítimas, se tratada rapidamente com um choque elétrico aplicado no peito (o termo medico é desfibrilação), por um aparelho chamado desfibrilador.

Como tratar as pessoas sobreviventes da morte súbita?

O tratamento definitivo das pessoas que foram recuperadas de uma parada cardíaca inclui a investigação das causas e o seu tratamento, para prevenir futuros episódios. As principais causas tratadas são as obstruções das coronárias e as arritmias. Estas, muitas vezes, quando diagnosticadas como arritmias malignas e potencialmente letais, podem necessitar do implante de aparelhos tipo marcapassos cardíacos (desfibriladores internos). Os exames e o tratamento posterior incluem o cateterismo cardíaco, os testes eletrofisiológicos, as angioplastias e implantes de “stents”, as cirurgias de revascularização miocárdica e as drogas antiarrítmicas.

Como prevenir a morte súbita cardíaca?

A prevenção da morte súbita passa desde a prevenção da doença coronariana e seus fatores de risco (hipertensão, diabetes, sedentarismo, tabagismo), avaliação cardiológica de pessoas com história de desmaios (síncopes) ou história familiar de morte súbita, até a implantação de defibriladores externos automáticos em locais por onde passem mais de 2000 pessoas/dia, como aeroportos, shoppings, estádios. O desfibrilador externo automático (DEA) é auto-explicativo, podendo ser manuseado por qualquer pessoa.
Ecocardiograma (ultrassom cardíaco)
Tilt-teste (teste da mesa inclinada): trata-se de um exame onde o paciente deita-se numa mesa, que inclina-se a 80°. permanecendo com a monitorização dos batimentos cardíacos e pressão arterial. Se o paciente tiver predisposição à síncope, ele desmaia durante a inclinação.
Estudo Eletrofisiológico: Se a história for sugestiva de arritmias (palpitações) ou houver doença cardíaca, pode ser necessário utilizar um exame que introduz cateteres no coração e avalia o sistema elétrico cardíaco.

Como tratar a síncope?

O tratamento depende da causa da síncope. Pode ser necessário utilizar medicações, corrigir alterações cardíacas através de cirurgias, utilizar marcapassos ou cardiodesfibriladores (CDI), realizar ablação de arritmias, suspender medicações que provoquem desmaios, evitar situações que predisponha à síncope.

Na síncope vasovagal é importante que:

  1. O paciente mantenha-se hidratado
  2. Utilize meias elásticas
  3. Evite ambientes quente e aglomerados
  4. Alimente-se de 3/3 horas. O jejum prolongado pode predispor ao desmaio.
  5. Fazer exercícios físicos regularmente, principalmente para as pernas.
  6. Ao sentir os primerios sintomas, deite-se e levante as pernas.